A presença de disfunção do assoalho pélvico na gestação e pós-parto é fator preditivo para disfunção do assoalho pélvico a longo prazo em mulheres? Um estudo observacional retrospectivo
DOI:
https://doi.org/10.59370/rsf.v10i01.214Palavras-chave:
assoalho pélvico, gravidez, puerpério, distúrbios do assoalho pélvicoResumo
Introdução: O assoalho pélvico (AP) é formado por um conjunto de músculos, fáscias e ligamentos responsáveis pela sustentação de órgãos da cavidade abdominal e pélvica proporcionando a continência urinária e fecal e função sexual. Quando estas funções estão comprometidas, ocorre o desenvolvimento de disfunções do assoalho pélvico (DAP), como as incontinências urinária e fecal, disfunções sexuais, bexiga hiperativa e prolapso de órgãos, dentre outros. Objetivo: Verificar se mulheres com disfunção do assoalho pélvico atuais tiveram DAP durante a gestação e até 1 ano de pós-parto, além de elencar os fatores de risco obstétricos relacionados. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo e retrospectivo realizado em uma clínica escola de uma instituição de ensino superior particular do Distrito Federal. A coleta de dados foi realizada por meio de prontuários da área de fisioterapia. Os critérios de inclusão foram: pacientes do sexo feminino, com idade entre 18 e 60 anos, que apresentam queixas de DAP durante a gestação e atualmente. Foram excluídos prontuários preenchidos de forma incompleta. Resultados: A amostra foi composta por 56 prontuários de mulheres que apresentavam DAP durante a gestação e atualmente. O presente estudo mostrou alta prevalência de DAP no período gestacional e pós parto (92,86%) e a persistência desses distúrbios a longo prazo com predomínio nas queixas de incontinência urinária (76,78%), constipação (46,43%), disfunções sexuais (82,14%) e prolapso (37,50%). Conclusão: As mulheres que se queixam atualmente de disfunções do assoalho pélvico apresentaram algum distúrbio na gestação ou pós parto até um ano, com uma alta prevalência de incontinência urinária (76,78%), confirmando que eventos que ocorrem durante a gestação e parto são fatores preditivos para o desenvolvimento de DAP a longo prazo.